Economia do conhecimento: você e sua empresa estão prontos para essa nova era?

Antigamente, o conhecimento era para poucos. Para aprendermos algo, era necessário realizar um curso, recorrer a um especialista ou passar semanas buscando livros ou outras fontes. A internet ainda era de difícil acesso para a maioria, e a quantidade de informação disponível eram bem menos vasta do que atualmente. Mas as coisas mudaram, e muito. Hoje, estamos a poucos cliques de distância de qualquer – sim, qualquer – informação. Ou seja, definitivamente estamos na era da economia do conhecimento. E quanto antes sua empresa estiver pronta para ela, melhor.

Sai a decoreba, entra o uso inteligente da informação

Na era da economia do conhecimento, temos que dizer adeus aos velhos métodos educacionais. O bom aluno não é mais aquele que tem boa memória para decorar dezenas de conteúdos, e sim aquele que sabe o que fazer com toda a informação a seu alcance.

Da mesma forma, o profissional não é mais visado pela sua formação e habilidades acumuladas (“trabalhar com o conhecimento”), e sim pelo seu dinamismo em equipe e pela sua agilidade na busca e utilização das informações mais relevantes (“trabalhar com o aprendizado”).

Isso porque, em meio a tanto conteúdo, é importante saber como filtrar e localizar rápida e efetivamente o que se deseja. Embora possa parecer injusto que o conhecimento pessoal seja menosprezado em relação a outras qualidades, na verdade esse novo formato pode significar o oposto disso – um mercado mais justo, que dá oportunidades iguais para todos. Confira como essas tendências podem ser benéficas à sua empresa no nosso artigo sobre o futuro do trabalho.

A era da economia do conhecimento

Além da acessibilidade, os avanços tecnológicos permitiram a automação de uma série de atividades, eliminando a necessidade de algumas funções e, o que pode assustar muita gente, extinguindo algumas profissões. Esse movimento, contudo, é cíclico, e conforme a humanidade encontra formas de agilizar processos e reconstruir o ambiente, novos ramos vão surgindo e desaparecendo, cabendo a todos o processo de readaptação.

Mesmo profissões renomadas que permaneceram praticamente intocadas ao longo das épocas – como medicina, engenharia, advocacia, magistério entre outras – estão sofrendo modificações na era da economia do conhecimento.

A pesquisa apontada por Susan Lund e colaboradores, exposta neste artigo da McKinsey, demonstra que essas profissões só foram mantidas, dentro da economia do conhecimento, devido à intensa necessidade de interação humana demandada por essas áreas.

A sua empresa está preparada?

Na era da economia do conhecimento, a intensificação da competição global, a escassez de profissionais habilitados e as mudanças demográficas têm forçado as empresas a se atualizarem em diversos sentidos, Isso significa otimizar estratégias que permitam utilizar seus melhores funcionários de forma mais eficaz.

O artigo de Susan Lund para a McKinsey também apontou, dentre as empresas estudadas, que seus gestores estão explorando formas de renovar como, onde e por quem os trabalhos de interação são realizados. Aquelas que melhor se adaptarem a esse processo de renovação serão recompensadas com maior produtividade, flexibilidade, oportunidade, acesso aos profissionais mais habilitados (cada vez mais escassos) e, consequentemente, maiores ganhos.

Conheça algumas das iniciativas que essas empresas têm adotado para se adequarem à era da economia do conhecimento:

Descentralize as atividades

Este método é parecido com o ato de delegar tarefas, como exposto em outro dos nossos artigos: quase todos os trabalhos de interação incluem tarefas que podem ser delegadas para permitir que os profissionais mais qualificados se empenhem nas atividades de maior valor.

Torne-se virtual

O trabalho remoto só vem aumentando desde a década de 90, e pode ser a grande resposta para a escassez de pessoal qualificado – ao descentralizar as atividades, pode-se contratar quem realize serviço remoto, por home office. Estima-se que, nos Estados Unidos, um quarto dos empregos poderia ser realizado de forma remota, sendo que as pesquisas da McKinsey indicaram que 500 entre 2 mil empresas entrevistadas planejavam usar mais funcionários por trabalho remoto no futuro.

Flexibilize as atividades

Ao descentralizar alguns empregos, é possível usar a tecnologia para virtualizar algumas atividades, de forma a desenvolver e executar seus projetos com maior eficiência. Assim, muitas empresas estão aproveitando equipes mistas de trabalho, nas quais alguns ficam em tempo integral no escritório, outros atuam remotamente, e alguns ficam apenas tempo parcial para atender às demandas. Ao otimizar essas configurações de equipe e distribuição de atividades, a empresa promove maior engajamento e melhora a produtividade.

Você, como profissional, está preparado para a economia do conhecimento?

O profissional preparado para a economia do conhecimento deverá ser mais maleável e criativo, qualidades também inerentes ao bom empreendedor. Embora a criatividade e a mente holonômica – ou seja, capaz de pensar globalmente, envolvendo a totalidade dos sistemas, como exposto no nosso artigo sobre gestão do conhecimento – pareçam exclusividade de alguns poucos privilegiados, é possível treinar a si mesmo e à sua equipe para que trabalhem de forma mais criativa ou holonômica.

Confira nosso artigo sobre criatividade e inovação para entender melhor essas ferramentas e possibilidades de estímulo.

Definindo as informações prioritárias

Nesse sentido, em artigo para a Harvard Business Review Rick Wartzman fala, ainda, que é importante saber distinguir qual informação é necessária, e o que fazer com ela.

Uma das muitas formas de se aproveitar a informação disponível seria, por exemplo, a prática do people analytics: análise que permite antecipar tendências e criar estratégias de mercado, como é exposto em nosso artigo sobre gestão de pessoas. Para sêniors e executivos, as dicas se resumem a:

  • Saber coordenar e administrar as consequências, sem ter medo dos desafios impostos pelas constantes mudanças de equipe e projetos;
  • Ser ultracomunicativo, de forma a garantir que toda a equipe esteja por dentro e saber o que está acontecendo em todas as áreas de sua empresa;
  • Ser observador, estando atento ao que acontece no seu ambiente de trabalho;
  • Estar sempre disposto a ouvir seus funcionários, principalmente os que estejam atuando remotamente;
  • Ser maleável o suficiente para se desprender de práticas ultrapassadas;
  • Relevar situações nas quais as metas não poderão ser cumpridas dentro do prazo.

O último item implica saber lidar tranquilamente com questões que envolvam, por exemplo, funcionários em diferentes fuso horários. É preciso aceitar o fato de que não é possível estar no controle de tudo, o tempo todo.